13.4.11

Salário mínimo perde eficácia no combate à pobreza

La vou eu novamente exercitar meu talento de jornalista frustrado, e comentar mais uma notícia.
Só um comentáriozinho. Eu não consigo me conter!
 
Manchete:
 
 
Em? Como? salário mínimo perde eficácia? Mas que eficácia? Alguma vez o salário mínimo do Brasil teve alguma eficácia no combate à pobreza?
só pode ser piada! rarará.
Mas apesar de nós, pobres mortais acharmos a notícia um absurdo, talvez porque vivemos no mundo real, e percebemos na prática que o salário mínimo nunca foi eficaz para coisa nenhuma, na notícia abaixo, os intelectuais demonstram com números e contas que eu particularmente não entendo uma vírgula, que o salário mínimo já foi eficaz sim. A mim, todavia, não convence... e a você?
Fiquemos com a notícia...
 
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Folha de São Paulo
Salário mínimo perde eficácia no combate à pobreza
(atualizado em 13/04/2011 às 09:30 h)
 
Política de valorização posta em prática nos últimos anos faz mínimo se descolar da renda dos mais pobres
 
Por Erica Fraga e Natalia Paiva
 
Os reajustes anuais no valor do salário mínimo ajudam cada vez menos a combater a pobreza no Brasil.
 
Depois de aumentos expressivos nos últimos anos, o mínimo atingiu um patamar muito superior à renda dos mais pobres. Os reajustes ajudaram a tirar milhões de brasileiros da pobreza, mas esse efeito está se esgotando.
"Hoje, entre os pobres e extremamente pobres, que em muitos casos trabalham no setor informal, quase não há quem ganhe o mínimo. No passado, havia. Isso quer dizer que aumentos do mínimo já não puxam para cima a renda desses que ficaram para trás", afirma Sergei Soares, pesquisador do Ipea.
 
De 1996 a 2009, o salário mínimo aumentou 83%, considerando a inflação. No mesmo período, o rendimento dos brasileiros que estão entre os 20% mais pobres do país aumentou 10%, segundo cálculos do economista Fabio Giambiagi.
O resultado disso foi que, em 2009, último ano com dados disponíveis para comparação, o salário mínimo de R$ 465 era mais que o dobro do rendimento médio do grupo dos 20% mais pobres. Hoje o salário mínimo é R$ 545.
 
Embora o mercado informal opere à margem da lei, por muito tempo o mínimo também serviu como referência para salários de trabalhadores sem carteira assinada. Mas muitos empregadores do setor informal deixaram de pagar o mínimo por causa de sua expressiva valorização nos últimos anos.
 
Joceli Oliveira, 26, que nunca teve carteira assinada, ganhou o equivalente ao mínimo uma única vez, há dez anos, quando se mudou de Maranguape (CE) para Fortaleza. Desde então, o rendimento de Joceli tem sempre sido inferior ao mínimo e não acompanha seus reajustes.
Contratada para cuidar de um idoso no ano passado, seus patrões prometeram pagar o mínimo -na época, R$ 510. Após um mês, descumpriram o acordo. "É a conversa de sempre", afirma Joceli.
 
O esgotamento da política de valorização do salário mínimo representa um desafio para a presidente Dilma Rousseff, que elegeu o combate à pobreza extrema como prioridade do seu governo.
 
Para especialistas, os reajustes recentemente anunciados para os benefícios do Bolsa Família são um passo na direção certa. "O Bolsa Família é hoje o melhor instrumento para reduzir a pobreza porque vai direto para o bolso dos mais pobres", diz o economista Marcelo Néri, da FGV.
 
Mas a decisão do governo de manter a política de valorização do mínimo e garantir reajustes significativos até 2015 causam preocupação. "O risco de se insistir nessa política é não atingir o objetivo de erradicar a pobreza extrema e deteriorar as finanças do governo, porque os reajustes do mínimo têm forte impacto nas contas da Previdência", afirma Giambiagi.
 
13/abril/2011
 
 
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