24.3.09

Omenagem ao Brasil, em música

OIII Gentee!

Gostaria de compartilhar com vocês uma omenagem que fiz ao Brasil.
Selecionei algumas músicas que falam sobre nós e nosso país. Na minha opinião, são verdadeiros hinos.
Começando com a descrição da situação em música, na qual se encontra o país, continuando com a mania de que tem os brasileiros de acharem graça em coisas que de fato não tem a menor graça, aquela velha desculpa de que é melhor levar tudo na esportiva, para não ter de tomar atitude. A velha coisa de confundir passividade com pacificidade.
Depois, algumas músicas que evocam a esperança que, apesar de tudo ainda temos, e finalmente a música que temos quase como um hino ao Brasil.
Peço desculpa aos autores e cantores por utilizar sem a devida autorização legal, mas achei tão interessante minha idéia, que me valendo do artigo constitucional, de direito de expressão, montei essa trilha e disponibilizo com todos.
Adoraria poder gravar esse CD em uma grande gravadora, com um fotolito (capa), que eu mesmo imaginei.
Teria na capa os famosos cara-pintadas, ao fundo a praça dos três poderes, incluindo o palácio do planalto, e acima escrito com letras garrafais,
ISSO AQUI,
É UM POUQUINHO DO BRASIL
A linha "Isso aqui" escrito com fonte 52, cor verde, em negrito, e todas as letras maiúsculas. A linha "É um pouquinho do" escrito em amarelo, fonte 43, também em negrito, e abaixo, BRASIL, escrito com todas as letras variando de cores. B=verde, r=amarela, a=azul, s=verde escuro, i=amarela escuro e L=azul escuro.
Não ficaria legal?
Baixem minha omenagem ao Brasil no link abaixo.
Ao Brasil
quem sabe se ouvindo músicas de tão diferentes cantores, em tão diferentes estilos, mas que falam basicamente a mesma coisa, nós brasileiros, não resolvemos agir como brasileiros e, começamos a mostrar a esses políticos que somos nós quem decidimos quem está no poder, e que o poder emana do povo. Se eles tem algum poder, é unicamente porque nós lhes concedemos tal.
Abraços

15.3.09

O melhor, e o mais raro, amigo

O melhor, e o mais raro, amigo
O Rio tem 200 cegos na longa fila de espera por cães-guia, que levam dois anos para ser treinados
Letícia Pimenta
Fotos Selmy Yassuda


Jonas Santiago com Zuca: "Não sei como ela consegue diferenciar o banheiro masculino do feminino, mas nunca errou"
Ao chegar à estação das barcas, em Niterói, na terça-feira de manhã, o estudante Jonas Santiago caminhava tranquilamente enquanto terminava de fumar. A cena seguinte amoleceria o coração até mesmo do mais empedernido antitabagista. "Zuca, lixo!", ordenou Jonas. A cadela da raça labrador, de 2 anos e 7 meses, conduziu seu companheiro à lixeira mais próxima para que ele apagasse a guimba do cigarro. Zuca é o cão-guia que ajuda Jonas, 24 anos – cego desde os 10, vitimado por uma doença degenerativa da retina –, a se locomover com segurança e liberdade. Ela leva o jovem a qualquer lugar. Conhece o caminho para os bares que ele frequenta, para a academia de ginástica e para a estação das barcas, de onde Jonas se desloca todos os dias para ir à faculdade de marketing, no centro do Rio. Basta dizer a palavra e a cadela leva seu dono aonde ele precisa. Elevador, banco, escada, banheiro. Zuca sabe tudo.
Amparado pela Lei Federal nº 11 126, o animal pode entrar em qualquer local público ou privado de uso coletivo. Se necessário, em hospitais, com exceção das áreas infectocontagiosas, de oncologia e preparo de alimentos. "Ela me surpreende todo dia", diz o estudante. "Até hoje não sei como consegue diferenciar o banheiro masculino do feminino. Nunca errou." Jonas Santiago é um dos poucos privilegiados a possuir um cão-guia no Brasil. Segundo o IBGE, dos 16 milhões de portadores de alguma deficiência visual, 160 000 se declaram cegos. Dados do Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (Iris), de São Paulo, informam que há pouco mais de cinquenta cães-guia no Brasil, boa parte deles vinda de instituições nos Estados Unidos, portanto treinados em inglês.
A obtenção de um cão-guia no Brasil ou no exterior é gratuita. Todos os custos de treinamento e cuidados com o bicho são financiados por empresas privadas e doações. O candidato precisa se inscrever em alguma entidade de apoio a deficientes visuais e aguardar o chamado para iniciar a adaptação com o cachorro, que dura em média três semanas. Sua doação segue a mesma ética da doação de órgãos humanos. É proibido furar fila ou pagar pelo animal. No Brasil, há cerca de 2 000 interessados em obter um cão-guia, 200 deles no Rio. Cada um leva dois anos para ser treinado. Por isso, a espera pode ser longa.


George Harisson com o labrador Lucky: treinar um cão-guia leva dois anos e custa 30 000 reais
Jonas e Zuca estão juntos há sete meses e foram apresentados pelo treinador carioca George Thomaz Harisson, 33 anos, o único na cidade especializado em cães-guia. Seu projeto, o Cão-Guia Brasil, começou em 2006. É financiado por uma rede de pet shops e por uma distribuidora de produtos para animais. As empresas apadrinham os cães e bancam os custos de treinamento, alimentação e veterinário, cerca de 30 000 reais por animal ao longo dos dois anos. Harisson já entregou dois cães e está treinando o terceiro, Lucky, um labrador preto de 1 ano e 4 meses, que deve ganhar um dono antes do fim de 2009. Um filhote dessa raça, de linhagem selecionada, pode custar 3 000 reais.
Treinador de cães há quinze anos, Harisson conheceu o trabalho dos cães-guia em 2000, com a professora Ethel Rosenfeld. Em 1997, Ethel trouxe dos Estados Unidos o labrador Gem, que morreu de velhice no ano passado, com quase 13 anos. Até que a legislação sobre o assunto entrasse em vigor, Ethel e Gem foram barrados em todos os cantos, do metrô ao Teatro Municipal. Ele virou celebridade por ser o único da cidade na época e colheu os frutos da fama. Suas patas estão gravadas na Calçada da Fama Animal em Washington.


Essa foi retirada do site da Veja Rio.
Reportagem
aqui

Cães-guia: socialização ainda é difícil

Vamos a mais uma reportagem sobre o cão-guia.

Cães-guia: socialização ainda é difícil
08/03/2009 - 08:35:54

O dia começa cedo e na agenda uma série de reuniões para discutir os rumos da economia no País. O cãozinho Scott, um labrador preto de 10 meses de idade,
frequenta diariamente o prédio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde participa da rotina de trabalho e dos encontros para a tomada de
decisões estratégicas. O acesso do animal só é permitido porque ele é um dos 19 cães-guias do Distrito Federal que são treinados para acompanhar deficientes
visuais.

Scott ainda não teve contato com cegos. Ele está na fase de socialização na qual uma família voluntária se candidata a educar os cães até completarem um
ano de idade e levá-los para conhecer a cidade e se adaptar a locais públicos como shoppings, restaurantes e agências bancárias. Apesar de existirem duas
leis, uma federal e outra distrital, que autorizam a entrada dos cães-guia, muitas famílias e deficientes visuais ainda encontram restrições ao acesso
dos animais.

Os voluntários do Projeto Cão-Guia de Cego, desenvolvido pela Organização Não-Governamental (ONG) Integra, reclamam do preconceito e da falta de informação
de comerciantes e da população. A psicóloga Fernanda Alves, 25 anos, foi barrada em um clube com a labradora Suek, de oito meses. O funcionário público
Carlos Oliveira, 44 anos, dono de Scott, foi impedido de almoçar em um restaurante no Núcleo Bandeirante e a desenhista Maria Lúcia Campos, 55, coleciona
histórias sobre situações difíceis que passou com os cachorros durante os sete anos que participa do projeto.

"Nós reclamamos e explicamos a lei. Tudo isso sem descer do salto", comenta Maria Lúcia. Ela relembra do último episódio que passou com as duas cadelas
filhotes, Sanny e Safira, das quais está cuidando. "Entrei no elevador com elas e todos saíram. Levei numa boa e agradeci pelo espaço que me foi dado",
relata.
Táxi
A dona de casa Sheila Sá, 44, que é deficiente visual, encontra problemas principalmente quando precisa pegar um táxi acompanhada de Dino, um labrador preto,
de quatro anos, treinado pelo Integra. "A atendente sempre me diz que não é obrigação do motorista do táxi levar o cachorro e que ele tem o direito de
optar se quer ou não fazer o transporte", reclama. Ela lembra que a Lei Federal 11.126, de 2005, é taxativa e garante o acesso a locais públicos ou privados
e aos meios de transporte.

A coordenadora administrativa do Integra, Michele Pöttker, lamenta a falta de conhecimento sobre a lei. "Buscamos conscientizar os donos de estabelecimentos
porque precisamos de mais parceiros que apóiem o projeto", destaca. No entanto, ela diz que em alguns casos a única solução é tomar uma medida judicial.
"Procuramos ter conversas, enviamos ofícios e acionamos a Justiça apenas em último caso. Mas em algumas situações precisamos fazer cumprir a lei", observa
Michele.

De acordo com a promotora de Justiça de Defesa do Idoso e do Portador de Deficiência do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Sandra
de Oliveira, todos os casos são encaminhados à Secretaria de Estado de Direito Humanos, que aplica multas entre R$ 1 mil e R$ 30 mil.
- Joana Wightman, da Redação do Jornal de Brasília

Link da reportagem:

Cães-guia: socialização ainda é difícil

9.3.09

Cão-guia

Pois é, estou vivendo essa experiência.
Sou usuário de cão-guia há um ano e cinco meses.
Como puderam ler nos artigos abaixo, a luta vem sendo travada já há algum tempo. E, apesar de quatro anos já terem se passados desde a reportagem retirada do site da novela América, a coisa avançou muito pouco.
Todavia, o cão-guia está pouco a pouco se tornando uma realidade no Brasil.
Somos ainda muito poucos usuários, mas já somos bem mais que há três ou quatro anos. Talvez antes da lei 11.126, regulamentada pelo decreto 5.904, muitos tinham medo de se tornarem usuários de cão-guia, e serem discriminados, e constrangidos nos estabelecimentos. Isso certamente continua acontecendo, mas o fato de haver uma lei federal que garante nosso direito de ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados
de uso coletivo, tenha sido um grande insentivo para os potenciais usuários terem força para enfrentarem esse desafio.
Além disso, o IRIS, Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social, fundado pela advogada Thays Martinez, famosa por sua demanda contra o metrô de São Paulo, vem proporcionando por meio do instituto e de seus patrocinadores, a chegada de novos cães-guia ao Brasil, estes, vindos dos Estados Unidos.
Os mais novos usuários de cão-guia do Brasil, além de ganharem novos olhos, tiveram a oportunidade de conhecer outro país, outros costumes, enfim, uma nasção de verdade. Durante o treinamento de quase um mês em que ficamos nos Estados Unidos, apredenmos a conhecer os comandos básicos do cão, aprendemos a conviver um com o outro, já que, a partir daquele momento é assim que vai ser por muito tempo.
Somos agora, segundo estatísticas não oficiais, cerca de 60 a 70 usuários de cão-guia em todo o país. Algumas duplas formadas pelo Integra mensionada na reportagem abaixo, outras formadas pela Leader Dogs e IRIS,
nos Estados Unidos e, outras, formada por iniciativa particulares, independente de instituições.
Claro que 60 a 70 usuários de cão-guia, é um número ainda insignificante ante a imensidão do Brasil.
E por isso, a luta para tentar fazer valer o direito assegurado na legislação, é ainda muito grande.
Existe muito desconhecimento, tanto a cerca da lei, quanto do trabalho desenvolvido pelo cão-guia. Muitos ainda acreditam que o cão-guia é um cão de guarda, e é também treinado para defender seu dono.
E, existe ainda aqueles que simplesmente insistem em não respeitar o direito assegurado na lei, principalmente taxistas, supermercados, shoppings, restaurantes, etc.
Felizmente em São Paulo, essa prática está diminuindo dia-a-dia. Mas em pequenos municípios e interior do Brasil, ter um cão-guia é sinônimo de luta diária.
Cabe a nós usuários de cão-guia, contribuir para que a sociedade tenha o respeito absoluto, tanto o respeito por nós enquanto cidadãos, quanto pela legislação federal, em muitos municípios, ratificada e consolidada.
Respeite esse direito, respeite as leis.
Visite o site do IRIS
IRIS
visite o blog do cão-guia
Blog Cão-guia

8.3.09

Cão-guia os olhos do cego

O cão guia

Muito mais do que um companheiro de todas as horas, o cão-guia é para o deficiente visual um instrumento de locomoção. Assim como a bengala, auxilia o cego
a realizar atividades do dia-a-dia, como passear na calçada, andar de metrô e ônibus, entre outras. O cachorro mais utilizado para esta função é o labrador,
mas outras vinte raças também são treinadas. Contudo existe uma linhagem específica de cães-guia. Ou seja, nem todo cão pode se tornar um acompanhante
de deficientes.
A advogada Thays Martinez conta que sua vida mudou desde que passou a andar acompanhada de seu cão Boris. “Ele me trouxe independência, vou a todos os lugares.
Boris substitui a bengala totalmente”, diz. Thays é presidente do Íris (Instituto de
Responsabilidade e Inclusão Social), que leva gratuitamente, todo
ano, oito pessoas para a Leader Dogs for the Blind, em Michigan, nos Estados Unidos. Lá, os
deficientes recebem um treinamento para lidar com cães-guia
e voltam ao Brasil com o animal, a custo zero.

Treinamento no Brasil
O Brasil ainda está engatinhando quando o assunto é o treinamento de cães-guia. O Íris está
programando a inauguração de um espaço adequado no próximo semestre,
em São Paulo. Um instrutor com quatro anos de especialização na Nova Zelândia em treinamento
de cães-guia será responsável por ensinar novos instrutores
e também usuários. Uma parceria com a prefeitura da cidade vai permitir a criação de um
espaço para o funcionamento do centro.

Outra instituição responsável pela instrução destes animais é a Integra (Instituto de
Integração Social e de Promoção da Cidadania), em Brasília. O treinamento
de cães-guia é ainda recente (cerca de três anos), mas um convênio com Fundação MIRA, do
Canadá, que há mais de 20 anos atua no ramo, vai permitir a entrega
de 15 a 18 cães-guia por ano, segundo meta apresentada no site oficial da Integra.

Livre acesso dos cães é polêmico
Thays diz que já enfrentou dificuldade de entrar em alguns lugares por estar com Boris ao
seu lado. “O mais complicado é entrar em restaurantes, pois os donos
têm medo de que isso vá espantar os clientes. Mas hoje, os próprios clientes vêm em defesa
do cão, graças à boa repercussão da novela”, avalia.

Assim como Thays, a professora Ethel Rosenfeld sabe bem como é essa barreira inicial ao
cachorro. Logo que trouxe dos EUA o labrador Gem, foi tentar assistir
a uma atração no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e foi barrada de entrar com seu
cão-guia, em março de 1998. Na época, Gem era o único cão-guia do Rio.
Foi preciso o programa “Fantástico” fazer uma matéria sobre o problema para que as
autoridades começassem a considerar a questão. Nem demorou tanto para
ela conseguir que a Secretaria Municipal de Saúde lhe concedesse uma autorização provisória
garantindo o ingresso de Gem em locais públicos. Logo em seguida,
a prefeitura baixou um decreto que estendeu esse direito a todos os cegos que tivessem
cães-guia na cidade. Mas às vezes é mais difícil fazer cumprir uma
lei do que aprová-la. “Só saio de casa com cópias plastificadas das leis que me garantem, já
sabendo que eventualmente terei que mostrá-las e enfrentar
a ignorância de pessoas que não gostariam que eu entrasse com o Gem em locais públicos. Às
vezes, isso desanima. Mas, felizmente, eu não sou do tipo que
se deixa abater”, ela conta. Hoje, ela comemora. “Não posso dizer que o problema acabou, mas
fico feliz em dizer que melhorou 90%. O Gem nunca mais foi
barrado no teatro. E agora, com a novela, eu sinto que as pessoas estão se conscientizando
ainda mais”, diz ela.

O direito do cego de andar livremente com seu guia é uma conquista recente. Somente este
ano, no dia 27 de junho, foi sancionada uma lei federal que permite
o livre acesso de cães-guia em locais públicos. A lei que permite o livre acesso de
cães-guia em locais públicos foi sancionada com dois artigos vetados.
Um deles é o que garante aos treinadores dos cães os mesmos direitos do usuário. O segundo é
o que determina que as escolas brasileiras de cães-guia sejam
reconhecidas pela Federação Internacional de Cães-guia.

Treinamento indiscriminado é perigoso
Uma grande preocupação atualmente é que amadores comecem a treinar cães. Somente instrutores
especializados podem fazer o trabalho. “Um treinamento mal-feito
pode colocar em risco a vida do deficiente, do animal e das outras pessoas”, explica Thays.

A advogada também faz questão de frisar que, apesar de cão-guia, o animal também deve ter
seus momentos de lazer. “Dentro de casa, quando eu tiro os equipamentos
(coleira e colete), Boris se transforma em um cachorro normal. Brinca, pula, faz gracinhas.
Mas quando põe o equipamento, ele fica todo sério, pronto para
o trabalho”.

Links úteis
Para saber mais, entre em contato com as instituições que fazem esse tipo de trabalho no
Brasil. Lá, você vai ter todas as informações que precisa.

ÍrisTel.: (11) 3644-8566

IntegraTel.: (61) 3442-7900

Fonte:
Globo novela América

Profissão cão-guia

Vale ler de novo
Republicando o post.

Profissão: cão-guia

Há 15 anos uma doença na retina tapou os olhos do funcionário público Elinaldo Camelo Paiva. O mundo dele se transformou: no
lugar das cores, uma grande
tela escura. A cegueira que limitou os passos, provocou acidentes.

"Já esbarrei em poste, em pessoas. Já aconteceu de eu cair num buraco à noite, por conta de eu resistir ao uso da bengala, eu
confiava que estava andando
tranquilamente numa calçada e cheguei a cair dentro de um buraco", lembra.

Os olhos de Toddy voltaram a iluminar os dias de Elinaldo. Há dois anos, o labrador treinado para ser cão-guia de cegos é o
companheiro de todas as horas.

"Meu dia a dia é bastante corrido. Eu freqüento academia, pratico esporte, trabalho e estudo à noite. Meu dia-a-dia é pra lá
e pra cá com o cachorro", conta
Elinaldo.

Pelas ruas de Brasília, Toddy conduz seu dono. Com segurança, vai desviando dos obstáculos: buracos na calçada, cruzamentos
perigosos. Nas patas do cão-guia
está a liberdade de Elinaldo.

Animais como Toddy estão dando qualidade de vida aos deficientes visuais. Os cães são especialistas formados num centro de
treinamento, em Brasília - o
único do país.

O cachorro leva pelo menos um ano e meio para se habilitar como cão-guia de cego. O treinamento começa quando ele ainda é um
filhote e é avaliado para saber
se tem condições físicas e psicológicas para exercer a função, ou seja, se é saudável e se não é agressivo ou hiperativo.
Esse é o primeiro passo para
que ele se torne os olhos do deficiente visual.

O cão labrador tem o temperamento ideal, mas doçura e a força não bastam. A principal característica do cão-guia é a
disciplina. Ele aprende a fazer tudo
na hora certa. Comer, por exemplo, só se não estiver trabalhando.

A ração é o alimento diário do cão. Mas por mais que esteja salivando de vontade, quando está com o equipamento de trabalho,
ele recusa. “Quando eu tiro
o equipamento, o cachorro aceita a alimentação", mostra o treinador.

Em uma pista simulada, os treinadores ensinam exaustivamente como evitar os perigos que a rua oferece, como um bueiro aberto,
que é um risco de vida. Mas
até isso está previsto no treinamento. É a chamada desobediência inteligente do cachorro. “Em frente! Em frente”, ordena o
treinador. O cachorro não se
move. “Ele não vai de forma alguma. Por mais que encoste, não ultrapassa. O cachorro percebe que há um risco total para a
dupla - para ele e para o deficiente
visual – e procura uma alternativa para seguir em frente", explica.

Não é fácil ensinar um cão. O processo conta com a ajuda de voluntários. O funcionário público Lucas Guimarães Corrêa é um
deles. Sua família hospeda uma
guia em formação. A cadela Gana chegou com apenas dois meses. O rapaz é o encarregado de socializar o animal.

Nas ruas, Gana convive com pessoas, conhece lugares, se acostuma com outros animais. Dentro de poucos meses ela volta para o
centro de treinamento. Lucas
já sabe que vai sentir falta da companheira, mas se conforta em lembrar que está ajudando a formar o radar de um cego.

"Outro dia foi engraçado. Eu estava na rua e passou um cego guiado por um cão. Foi uma sensação boa, uma satisfação de fazer
parte de um trabalho bacana,
dá uma sensação boa, sem dúvida.

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Fonte Site:
Globo Repórter, profissão cão-guia

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