Delegado bate em cadeirante em briga por vaga especial em São José dos Campos (SP)
Que, 20 de Janeiro de 2011 15:25
Um advogado cadeirante apanhou de um delegado em São José dos Campos (91 km de São Paulo), em briga por estacionamento em vaga pública reservada para pessoas com deficiência.
Que, 20 de Janeiro de 2011 15:25
Um advogado cadeirante apanhou de um delegado em São José dos Campos (91 km de São Paulo), em briga por estacionamento em vaga pública reservada para pessoas com deficiência.
O advogado Anatole Magalhães Macedo Morandini, 35, diz que foi agredido com coronhadas.
Já o delegado Damasio Marino, por meio de seu advogado, afirma que não o bateu com arma de fogo, mas que lhe deu "dois tapas".
A briga começou quando Morandini flagrou o delegado, que não tem deficiência, estacionado na vaga especial, em frente a um cartório na região central de São José, e foi tomar satisfações.
"Ele [delegado] me chamou de aleijado filho da puta. Eu fiquei enojado, e a única coisa que consegui fazer foi cuspir no carro dele, porque me senti desrespeitado."
Ainda segundo Morandini, o delegado do 6º Distrito Policial da cidade, além de lhe dar coronhadas, também bateu em seu rosto com a ponta da arma.
Ele mostrou à reportagem uma camiseta com manchas de sangue, que diz ser consequência da agressão. Uma funcionária do cartório também diz que viu Morandini sangrando após a briga.
"Ele apontou a arma, fez mira. A única coisa que eu fiz foi virar o rosto devido ao trauma que já tenho", contou o advogado, referindo-se ao tiro que levou durante um assalto, aos 17 anos, e que o deixou paraplégico.
Já o defensor do delegado diz que ele é que foi intimidado e que estava parado na vaga especial porque sua mulher está grávida.
A corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a suspeita de lesão corporal dolosa (quando há intenção ou se assume o risco de cometer o crime).
OUTRO LADO
O advogado Luiz Antonio Lourenço da Silva, que representa o delegado Damasio Marino, negou que seu cliente tenha agredido com coronhadas o também advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini.
O advogado Luiz Antonio Lourenço da Silva, que representa o delegado Damasio Marino, negou que seu cliente tenha agredido com coronhadas o também advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini.
Silva diz que Damasio deu "dois tapas" em Morandini, mas só depois de ser xingado e receber uma cusparada. Para Silva, "esse cadeirante procurou o confronto."
O advogado também negou que Damasio tenha xingado Morandini ao ser repreendido. Segundo Silva, o delegado reagiu após Morandini cuspir em sua cara.
"Ele [delegado] não entendeu o que estava acontecendo. Desceu do carro e o cara veio com a cadeira de rodas para cima dele. [Morandini] cuspiu de novo e o xingou, então ele [delegado] pegou e deu dois tapas no cara."
Fonte: Folha de S.Paulo (20/01/2011)
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Talvez esse seja o tratamento especial que o delegado geral da polícia civil determinou em uma portaria, no ano passado, 2010.
E o babaca ainda tenta minimizar a agressão, dizendo que "apenas" deu dois tapas na cara do deficiente... Apenas dois tapinhas, e afinal, como diz aquela pseudomúsica, "Um tapinha não dói, só um tapinha..."
Mas será que a funcionária do cartório está mentindo quando afirma que o deficiente estava sangrando após os "tapinhas"?
Será que o advogado do defensor da lei, o delegado, não tem vergonha na cara em inventar que seu cliente é que foi agredido? Ademais, o que um deficiente poderia fazer indo para cima do "defensor da lei" com sua cadeira de rodas? Será que a cadeira-de-rodas do deficiente está equipada com soco inglês, facas automáticas, pistolas, etc?
O pior de tudo isso, não é o fato da agressão em si, mas é saber que assim como tantos outros absurdos, mais este ficará impune, e o tal "defensor da lei", o delegado continuará ameaçando, agredindo, mentindo impunemente, porque certamente a corporação o defenderá, e a justiça, mais uma vez previsivelmente, agirá como sempre age nesses casos, com injustiça, fechando os olhos, afinal, a justiça é cega não é?
Se for verdade que a esposa desse ser abjeto esteja grávida, lamento pelo pequeno ser, que não escolheu ter um pai bandido. Delegado bandido, se não, me digam que nome se dá a alguém que agride e ameaça com arma de fogo um deficiente físico em uma cadeira-de-rodas?
"Isso aqui, é um pouquinho de Brasil"
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