Vale ler de novo
Republicando o post.
Profissão: cão-guia
Há 15 anos uma doença na retina tapou os olhos do funcionário público Elinaldo Camelo Paiva. O mundo dele se transformou: no
lugar das cores, uma grande
tela escura. A cegueira que limitou os passos, provocou acidentes.
"Já esbarrei em poste, em pessoas. Já aconteceu de eu cair num buraco à noite, por conta de eu resistir ao uso da bengala, eu
confiava que estava andando
tranquilamente numa calçada e cheguei a cair dentro de um buraco", lembra.
Os olhos de Toddy voltaram a iluminar os dias de Elinaldo. Há dois anos, o labrador treinado para ser cão-guia de cegos é o
companheiro de todas as horas.
"Meu dia a dia é bastante corrido. Eu freqüento academia, pratico esporte, trabalho e estudo à noite. Meu dia-a-dia é pra lá
e pra cá com o cachorro", conta
Elinaldo.
Pelas ruas de Brasília, Toddy conduz seu dono. Com segurança, vai desviando dos obstáculos: buracos na calçada, cruzamentos
perigosos. Nas patas do cão-guia
está a liberdade de Elinaldo.
Animais como Toddy estão dando qualidade de vida aos deficientes visuais. Os cães são especialistas formados num centro de
treinamento, em Brasília - o
único do país.
O cachorro leva pelo menos um ano e meio para se habilitar como cão-guia de cego. O treinamento começa quando ele ainda é um
filhote e é avaliado para saber
se tem condições físicas e psicológicas para exercer a função, ou seja, se é saudável e se não é agressivo ou hiperativo.
Esse é o primeiro passo para
que ele se torne os olhos do deficiente visual.
O cão labrador tem o temperamento ideal, mas doçura e a força não bastam. A principal característica do cão-guia é a
disciplina. Ele aprende a fazer tudo
na hora certa. Comer, por exemplo, só se não estiver trabalhando.
A ração é o alimento diário do cão. Mas por mais que esteja salivando de vontade, quando está com o equipamento de trabalho,
ele recusa. “Quando eu tiro
o equipamento, o cachorro aceita a alimentação", mostra o treinador.
Em uma pista simulada, os treinadores ensinam exaustivamente como evitar os perigos que a rua oferece, como um bueiro aberto,
que é um risco de vida. Mas
até isso está previsto no treinamento. É a chamada desobediência inteligente do cachorro. “Em frente! Em frente”, ordena o
treinador. O cachorro não se
move. “Ele não vai de forma alguma. Por mais que encoste, não ultrapassa. O cachorro percebe que há um risco total para a
dupla - para ele e para o deficiente
visual – e procura uma alternativa para seguir em frente", explica.
Não é fácil ensinar um cão. O processo conta com a ajuda de voluntários. O funcionário público Lucas Guimarães Corrêa é um
deles. Sua família hospeda uma
guia em formação. A cadela Gana chegou com apenas dois meses. O rapaz é o encarregado de socializar o animal.
Nas ruas, Gana convive com pessoas, conhece lugares, se acostuma com outros animais. Dentro de poucos meses ela volta para o
centro de treinamento. Lucas
já sabe que vai sentir falta da companheira, mas se conforta em lembrar que está ajudando a formar o radar de um cego.
"Outro dia foi engraçado. Eu estava na rua e passou um cego guiado por um cão. Foi uma sensação boa, uma satisfação de fazer
parte de um trabalho bacana,
dá uma sensação boa, sem dúvida.
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Fonte Site:
Globo Repórter, profissão cão-guia
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Este blog mostra que um cego também tem opinião, e pode publicá-las usando a internet, mesmo sendo cego. Aqui exporei as dificuldades que nós cegos enfrentamos dia-a-dia na sociedade preconceituosa, bem como, comentarei notícias, publicarei protestos, denúncias, abaixo-assinados, tudo que exponha a situação deprimente e vergonhosa na qual o país se encontra. Não apenas por seu lado corrupto, mas principalmente por agir com pré conceito para com aquilo que não conhece.
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