23.5.12

Taxistas de SP dificultam embarque de pessoas cegas

 
O relato abaixo nem chega a ser uma notícia, já é um fato corriqueiro.
 
Em todos os lugares e em todas as esferas, indivíduos se recusam a cumprir as leis. Não apenas esta lei específica em tela, mas muitas outras, até mesmo a constituição deixam de cumprir. O exemplo maior vem de cima. A presidente do país dá o exemplo. Imagine então, um taxista qualquer...
E, certamente isso vai continuar, porque não há punição, e Enquanto a polícia, a justiça e os órgãos competentes, não fizerem sua obrigação, punindo e tirando desses maus profissionais e criminosos, sim, pois quem não cumpre lei, é criminoso, a concessão de transporte que tem, se é que tem mesmo, já que muitos rodam por aí, com tudo irregular, justamente porque sabem que não há punição, não há fiscalização, o que gera a desobediência, e o desrespeito às leis e às pessoas.
 
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Taxistas de SP dificultam embarque de pessoas cegas acompanhadas de cão-guia
Pasmem amigos Leitores, mas estamos no ano de 2012 e taxistas da cidade de São Paulo (uma das maiores do mundo), continuam representando grandes dificultadores do direito de ir e vir da pessoa cega acompanhada de cão-guia, quando comumente se negam a nos transportar, descumprindo a legislação vigente.
 
Penso que generalizar vai de encontro à questão do respeito ao próximo e da própria diversidade humana, porém com todo respeito que tenho para com a maioria das pessoas que trabalham com atendimento ao público e prestam um bom serviço, não posso deixar de apontar que me deparo com algumas situações que me fazem refletir acerca do perigo ao qual nos expomos ao depender do atendimento de pseudo-profissionais pessimamente preparados.
No fim da tarde da última quinta-feira (17 de maio), após uma reunião com lideranças do movimento brasileiro de pessoas cegas que ocorrera na cede da Fundação Dorina Nowill, uma das grandes entidades de inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência visual de nosso país, preparava-me para me dirigir a outro compromisso e solicitei que fosse chamado um táxi, o que fora prontamente atendido pelos amigos da entidade.
 
Após alguns minutos de espera, estacionou em frente à fundação o Siena placa DZG – 1409 – (UNIDADE 410) associada à Fuji Táxi e logo que iniciei o procedimento de embarque juntamente com meu cão-guia Simon, passamos a ouvir do condutor, coisas tais como: "em meu táxi não transporto animais;" "o carro é meu e decido quem levar;" "deveriam ter comunicado que estavam com um animal," para além de outros destemperos que deixaram desconsertadas Karolline Sales – renomada consultora em acessibilidade, a senhora Elena – secretária da presidência da supracitada fundação, bem como a outros presentes que atônitos acompanhavam tudo e, dado a gravidade, anotavam dados do veículo.
 
Como de costume, guardei na "gavetinha da tolerância" toda tensão e ônus físico, social e moral que a falta de respeito à diversidade humana causa e com toda tranqüilidade, comecei a explicar ao "taxista" que como ele podia perceber sou cego, que Simon é um cão diferenciado pois fora treinado para ser meu guia e que a lei garante nosso acesso. Acrescentei que compreendia que o veículo é de sua propriedade, porém fora adquirido com redução de encargos para ser posto a serviço do transporte público, fato este que o obriga a seguir a legislação vigente em nosso país, legislação esta que não faz menção alguma a comunicação prévia acerca da presença do cão-guia.
 
Explicações efetuadas, reiniciei o procedimento de embarque, momento em que o condutor elevou ainda mais o tom de voz e com agressividade, passou a chamar-me de "cara", "meu" "cara folgado" e, fora de controle, a esbravejar que me retirasse de seu táxi.
 
Diante de tal agressividade e, pasmem, chegando a temer pela minha integridade física e de meu cão, tanto eu como os presentes, achamos prudente não insistir no tema e solicitar um táxi de outra cooperativa, no qual embarquei alguns minutos depois com meu cão-guia, sem nenhuma dificuldade.
 
Dentre as inúmeras questões que emergem do fato acima compartilhado, fica nítido o despreparo humano e profissional de alguém que pela agressividade, pelo desrespeito à legislação e pela repugnante conduta para com outrem, mancha um segmento, em sua maioria formado por pessoas sérias às quais confiamos nossa integridade, quando embarcamos nos veículos que conduzem.
 
Como Sociólogo, radialista e militante do movimento nacional e internacional representativo da pessoa com deficiência visual e, sobretudo, como pessoa que cumpre seus deveres de cidadão, penso não ser muito querer fazer cumprir o direito basilar de ir e vir, que na situação em tela, fora impedido por este "taxista"".
 
Nesse sentido, como superado o diálogo e prestação de informação de minha parte no momento dos fatos e tendo prevalecido a má conduta do "taxista" que me causara danos de monta moral, ratifico agora publicamente a reclamação efetuada através de telefone e E-mail, junto aos senhores Alexandre e Tânia, ambos da Fuji Táxi, e entendendo que esta cooperativa responde solidariamente aos atos de seus associados/conveniados, solicito que se aplique medidas educacionais e de sanções ao "condutor" protagonista desse espetáculo degradante de desrespeito às leis e ao próximo.
 
Em tempo, informo que a denúncia aqui relatada, já fora apresentada junto ao Departamento de Transporte público de SP (DTP) sobre o protocolo 41209 e que não descarto a possibilidade de acionar juridicamente o "taxista" e quem mais for preciso a fim de evitar que situações vexatórias como tal não ocorram com outras pessoas, independente das necessidades que estas possuam.
 
São Paulo, 22 de maio de 2012
 
Retirado do blog
WWW.betopereira.com.br
Marcos André Leandro

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